Conselho Pastoral dos Pescadores do Baixo São Francisco

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É um blog que trata da luta e organização de Povos e Comunidades Tradicionais e Ações Socioambientais, em especial das Pescadoras e Pescadores Artesanais. O nome "Pirá" é um nome do peixe exclusivo do Rio São Francisco, ou Rio Opará, como os antigos moradores - os Povos Índigenas o chamavam.O Peixe Pirá, na língua indígena significa tamanduá porque é parecido com o Tamanduá por causa de seu focinho.Tem cerca de 60 cm de comprimento, corpo e focinho alongados, dorso azulado ou esverdeado-escuro, flancos amarelados, ventre esbranquiçado, nadadeira caudal lunada e com uma mancha escura. Também é conhecido como "bom-nome". O Pirá é o símbolo do Rio São Francisco e se encontra em processo de extinção. Através dele falaremos da Pesca Artesanal, dos Peixes, das Águas e da Vida das Comunidades Tradicionais Pesqueiras.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Primavera do Sertão Nordestino: Exuberante beleza de Tabebuia aurea (Bignoniaceae) em Paulo Afonso, Bahia, Brasil

Aline Franco Sampaio Brito1,2

1 Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal, Herbário HUNEB (Coleção Paulo Afonso), Paulo Afonso, Bahia, Brasil.

2Núcleo de pesquisa em Comunidades e Povos Tradicionais e Ações Socioambientais - NECTAS

A cidade de Paulo Afonso, localizada no estado da Bahia está contemplada pela exuberante beleza cênica expressa pelo período de floração das espécies vegetais conhecida popularmente como Caraibeiras. As ruas, avenidas e praças de Paulo Afonso adquiriram coloração amarela.

A família Bignoniaceae está entre as dez com maior diversidade de plantas lenhosas das florestas úmidas de região Neotropical. Contudo, tem grande expressividade em diversas florestas secas. O gênero Tabebuia possui cerca de 100 espécies (Crönquist, 1981).

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex. S. Moore, popularmente conhecida com Craibeiras, Caraibeiras ou Ipê-amarelo-do-cerrado, apresenta ampla distribuição geográfica. Ocorre no Bioma Caatinga, Cerrado, Região Amazônica, Nordeste, São Paulo, Mato-Grosso-do-Sul e Pantanal Mato-grossense.


Segundo Lorenzi (2008), floresce nos meses de agosto-setembro. E a frutificação inicia-se no final do mês de setembro, prolongando-se te meados do mês de outubro.


Porém, sob olhar para o Bioma Caatinga, observa-se que o período floração teve inicio no final do mês de outubro e deverá se prolongar até final de novembro. Nesse período as árvores perdem toda folhagem. A frutificação iniciará no final do mês de novembro, prolongando-se até meados de dezembro.

Foi observados os seguintes visitantes florais em Tabebuia áurea: abelhas, beija-flores e formigas.

Essa espécie apresenta grandes potencialidades, é uma árvore ornamental, sendo utilizada na arborização e paisagismo, como também sua madeira tem valor comercial e tem baixa resistência ao apodrecimento. A madeira é utilizada na fabricação de móveis e na construção civil.


REFERÊNCIAS:

CRÖNQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University Press, New York, USA.

LORENZI, H. 2009. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. v. 1. São Paulo. Nova Odessa e Instituto Plantarum.

MEDIEROS, A. C. B. 2006. Desenvolvimento, caracterização e estimativas de erros de genotipagem de locos microssatélites de Tabebuia áurea (Bignoniaceae). Dissertação Mestrado – Universidade Católica de Brasília.

SOUZA, V. C. e LORENZI, H. 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. São Paulo: Nova Odessa e Instituto Plantarum.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Fazendeiros quebram cercas da comunidade quilombola de Resina

Cerca de 40 homens entraram ontem (31/08) na comunidade de Resina, em Brejo Grande, Sergipe, para destruírem plantações e quebrarem as cercas que demarcam o território quilombola recém-criado e que abriga mais de 50 famílias de pescadores.

A ação capitaneada pelo fazendeiro Josan Góes demonstra o acirramento dos conflitos por terra, desde que o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) iniciou a demarcação da área de 174 hectares, no ano de 2010.

O cercamento da área, realizado pelo INCRA, foi feito a pedido do juiz da 2ª Vara Federal de Sergipe, Ronivon de Aragão. O objetivo da medida foi evitar conflitos na área, até que sejam finalizados os procedimentos administrativos relacionados à demarcação do território.

Às 15 horas de hoje foi iniciada uma audiência na sede do Ministério Público Federal com a participação de representantes da comunidade de Resina, do Ministério Público Federal, do INCRA e da Secretaria de Direitos Humanos do estado de Sergipe. Cerca de 40 famílias também estão ocupando a sede do INCRA para pressionar na decisão do impasse.

Histórico de Conflitos
Desde 2006 as famílias Quilombolas de Resina vêm sofrendo inúmeras ameaças, com a queima de suas casas, destruição de roças, impedimento da pesca nas lagoas marginais e manguezais, entre outros tipos de violência contra a vida e seu patrimônio de uso coletivo. A ameaça inicial partiu da Norcon (Sociedade Nordestina de Construções S/A), que pretendia construir um luxuoso hotel, no lugar onde historicamente vivem as famílias pescadoras artesanais quilombolas de Resina.



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Ingrid Campos
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