Conquista na Comunidade de Pescadores Artesanais em Resina na Foz do Rio São Francisco
Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira. Che Guevara
É no inicio desta primavera que a Comunidade Tradicional de Pescadores Artesanais na Foz do Rio São Francisco em Brejo Grande – Sergipe comemora uma conquista importante, no dia 22 de novembro de 2009 a Drª Gicelma Santos do Ministério Público Federal de Sergipe, irá oficiar publicamente o acesso livre das famílias pesqueiras às Lagoas Marginais da região.
Na foz do São Francisco há muito tempo, inúmeras comunidades tradicionais pesqueiras/quilombolas sofrem as investidas dos latifundiários que detém o poder agrário da região e impedem os pescadores de terem acesso as lagoas marginais, as terras e os mangues, principais berçários de reprodução do pescado.
Em 2008 uma comissão multidisciplinar dos órgãos federais e estaduais como a GRPU, INCRA, MPF, entre outras, realizaram levantamento fundiários e mapearam as terras publicas que estavam sob domínio de latifundiários e da empresa NORCON construtora de hotéis, que pretendia construir um hotel de luxo na comunidade pesqueira de Resina onde moram mais 50 famílias. A NORCON desencadeou um processo de perseguição violenta contra a comunidade. A ação da empresa já rendeu processos judiciais e inúmeras denuncias ao Ministério Público que vem acompanhando o caso. A NORCON em 2008 queimou barracos de pescadores, diminuiu área da comunidade com cercas numa tentativa de pressão contínua.
A GRPU anunciou através de publicação que as terras são publicas, o INCRA vem realizando um processo de acompanhamento ao território como espaço de comunidades tradicionais. Resina resiste e, assim com a primavera se mantém firme, mesmo com as tempestades não se abate. A primavera trás mudanças, estação de flores, ventos fortes, raios e trovões e é assim que vive as comunidades tradicionais na Foz do Rio São Francisco.
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